segunda-feira, dezembro 26, 2005

Mysore: Sumptuosidade com cheiro a sandalo

Chegamos a Mysore na manha do dia 7 de Dezembro. Logo depois de arranjarmos um sitio para ficar, comecamos a explorar a cidade. Temos muito pouco tempo a perder, ja que no dia seguinte partimos para Mumbai, etapa final da viagem na India. Ainda antes de almoco ficamos verdadeiramente embasbacados com a sumptuosidade do Palacio do Maraja. A grandeza e a opulencia sao esmagadoras. Os corredores do palacio sao obrigatoriamente percorridos sem sapatos para perservar os marmores, os embutidos e as madeiras. As divisoes sucessivas deslumbram-nos com os seus vitrais, espelhos, cristais e azulejos. Nao falta sequer um lustre enorme proveniente da antiga Checoslovaquia. Todos os espacos transpiram arte, seja na forma de madeiras esculpidas ou tectos trabalhados.
Depois da riqueza desbragada, passamos ah humildade. Para nos punirmos da cobica e da luxuria, visitamos a Catedral de Santa Filomena. Esta eh uma das imagens mais incoerentes da cidade: uma igreja de traca verdadeiramente medieval (copia da Cateral de Colonia), rodeada de palmeiras, coqueiros e riquexos.
Depois de um pacato almoco no jardim do Hotel Ritz (que tambem o ha em Mysore, vejam so) seguimos ate as fabricas governamentais de seda e oleo de sandalo. A primeira ja tinha encerrado o periodo diario de visitas, pelo que espreitamos apenas a segunda. Na memoria ficou-nos o intenso cheiro da madeira de sandalo, ubiquo em toda a cidade.
Como num verdadeiro corta-mato, saimos a correr da fabrica e subimos (de riquexo, claro) Chamundi Hill, uma das colinas mais sagradas do Sul da India. A subida foi ingreme e a mota parecia querer ficar-se pelo caminho, como vimos acontecer a alguns carros. Mas la se aguentou e nos fomos respirar fundo as vistas que, segundo os guias, sao magnificas. Mas nos o que vimos foi uma neblina irritante que nem sequer nos deixou distinguir o Palacio do Maraja. Regressar ao hotel eh que foi complicado. Poucos condutores de riquexo falam ingles e a mimica nao resolve tudo.
Ah noite fomos recuperar folego ao Parklane Hotel. A musica ao vivo e a comida deliciosa - num jardim apinhado de backpackers e indianos com pinta de trabalharem em informatica - deixaram-nos optimistas para a viagem de 25 horas que nos esperava no dia seguinte.[AV]

A seguir: Temos mesmo que ir embora de Mumbai?